Meu Monarca Favorito, de Tiburcio

A Super Prumo lança este mês Meu Monarca Favorito, obra escrita e ilustrada por Tiburcio, pseudônimo do quadrinista e ilustrador carioca Marcelo Tiburcio Vanni.

Meu Monarca Favorito é uma divertida webcomic baseada na vida do Imperador D. Pedro II (1825-1891) que começou em 2007 e foi produzida ininterruptamente até 2020, contando com mais de 120 episódios. Segundo o autor, apesar de a tira estar paralisada por tempo indeterminado, a história pode retornar a qualquer momento.

O livro que chega agora pela Super Prumo e que apresenta o Meu Monarca Favorito é composto pelos três primeiros arcos de tiras: o primeiro, um momento histórico, que tem forte relação com o final do Segundo Reinado; o segundo, que apresenta um jogo de futebol no Império; e o terceiro arco, um baile que acontece no Palácio Imperial.

Diferentemente da história real, a obra é uma sátira do período de declínio da Monarquia, mostrando um Imperador bondoso e ingênuo, que é provido de sorte ou que se vale da incompetência dos golpistas que fazem com que ele permaneça no poder. “O enredo pode nos fazer lembrar um pouco de Iznogoud, criação de René Goscinny e Jean Tabary, onde o grão-vizir quer ser o califa no lugar do califa”, diz Tiburcio.

O material chegou a ser lançado de forma impressa em 2020, em formato quadrado e capa dura pela editora Kimera em tiragem limitadíssima, mas retorna agora em uma versão mais acessível a todos os tipos de leitores – um quadrinho para toda a família.

Meu Monarca Favorito foi produzido originalmente como uma webcomic mesmo e, até então, eu não imaginava que poderia ser impresso. Com isso em mente, produzi as tiras em formato horizontal, com introduções em texto corrido que variam conforme o episódio, trazendo conteúdos bastante diversificados, misturando cartoons, anúncios de publicidade, entre outros, tentando ao máximo fazer o ambiente da época”, relata o autor.

“A construção desta edição da Super Prumo merecia um prêmio pois a disposição original do texto e da diagramação das tiras era muito parecida com a de um livro de Matemática. Foi um processo bastante complicado, editorialmente falando, encaixar um material que não foi concebido para ser impresso, dentro de um impresso com limitação de número de páginas. No fim das contas, achei que o conteúdo final ficou além de minhas expectativas”, complementa Tiburcio.

Confira a sinopse divulgada, escrita pelo revisor e colaborador André Lasak:

“A monarquia balança, mas não cai. E se depender da simpatia do nosso querido Monarca, não cairá de jeito nenhum. Conheça o primeiro arco impresso desta divertida webcomic ambientada no II Reinado brasileiro, e torça com a gente contra os republicanos.

Tiburcio consegue, com muita maestria, mesclar fatos históricos com ficção em situações que farão você não conseguir deixar a próxima página para depois. Neste número, somos apresentados aos personagens principais e conhecemos parte das artimanhas tramadas pela oposição para derrubar Sua Majestade Imperial (S.M.I).

Em meio às trapalhadas republicanas, temos a acidez das manchetes jornalísticas, a jornada de coadjuvantes que serão importantes aos próximos arcos, pílulas da sabedoria de S.M.I e os movimentos não tão secretos da Princesa para abolir os escravos.

O que está esperando? Descubra agora por que ele é o Meu Monarca Favorito.” Capa cartonada com 60 páginas.

Conheça mais sobre Tiburcio e suas obras:

O CURUMIM
Meu Monarca Favorito sendo bem recebido pelo público, há planos para um segundo volume, que traz para os quadrinhos a ópera O Curumim, do maestro Enzo Volare, totalizando mais de 60 tiras. Segundo o autor, O Curumim é uma obra a quatro mãos que teve a colaboração de André Lasak, que escreveu os versos da ópera; de Gilberto Zavarezzi, que fez os cenários, que são muito diferentes do arte do meu desenho; e de Nelson Moura, que foi uma espécie de consultor e que escreveu uma novela que faz parte da trama – um folhetim de jornal -, além de ter desenhado também os aparelhos que são utilizados para a ópera funcionar.

Propositalmente, os cenários têm um tratamento oposto aos dos personagens, para dar a sensação de estranheza do cenário “artificial”. O maestro Enzo Volare, autor de O Curumim, faz uma ponta neste primeiro volume impresso regendo a orquestra do baile. Como podemos perceber ao lado, no início da tira, os traços são uma homenagem ao Asterix de Goscinny e Uderzo.”
Clique aqui para conferir o capítulo da ópera O Curumim
Clique aqui para conhecer o blog Meu Monarca Favorito

D. PEDRO II: O IMPERADOR NO EXÍLIO
Além de Meu Monarca Favorito, Tiburcio também tem outro projeto: D. Pedro II – O Imperador no Exílio, obra em quadrinhos baseada no livro homônimo escrito por Afonso Celso de Assis Figueiredo Júnior, mais conhecido como Conde de Afonso Celso (1860-1938). Trata-se de uma história séria e bastante triste que está sendo produzida – essa, sim – para ser lançada diretamente em forma impressa.
Clique aqui para conferir um vídeo teaser do projeto
Clique aqui para conferir os cinco primeiros episódios (clique em Posts no Mural – está em ordem decrescente)
Clique aqui para acessar a primeira página
Clique aqui para ler alguns episódios na plataforma Behance

QUADRINHOS FRATERNOS
Tiburcio
também é o autor de Quadrinhos Fraternos, série criada em 2017 de forma independente para a Comunidade Espírita, com o objetivo de evangelizar e de divulgar a Doutrina Espírita. Contando já com 28 números em edições de quatro páginas e preços muito convidativos, Quadrinhos Fraternos traz temas como Perda de Pessoas Amadas, Encarnação, Reencarnação, Caridade, Eficácia da Prece, A Fé, As Aflições e muitos outros. “São gibis muito curiosos porque quase não existem imagens da doutrina espírita – as pessoas não fazem ideia de como as coisas seriam visualmente – e é isso que acontece nos gibis. Como as histórias de Quadrinhos Fraternos são muito fiéis aos textos originais, elas se transformam em um texto muito diferente e coloquial.” Ainda em setembro, mês de Prevenção ao Suícidio, Tiburcio lança uma nova edição de Quadrinhos Fraternos relacionada ao tema.
Clique aqui para conhecer todas as edições disponíveis (lojinha no Whatsapp)

PRIMEIROS TRABALHOS
“Eu tinha 16 anos quando publiquei meus primeiros trabalhos. Aqui na minha cidade, Niterói, existia um jornal que tinha um suplemento de oito páginas em formato tabloide que publicava desenhos dos leitores. Eu comecei a enviar meus desenhos pra lá e eles começaram a publicar. Aí, certo dia, me ligaram porque a página dois deles trazia um quadrinho do Mauricio de Sousa e eles tinham encerrado o contrato com ele – queriam outra coisa para colocar na página e, assim, comecei a escrever um quadrinho para essa página 2 (que era muito ruim e muito infame rs). Acabei ficando titular dessa página por vários anos. Cheguei a ser ilustrador do jornal, mas um dia eu fui demitido e naquele tempo não existia computador e nada disso, então para você fazer quadrinho você tinha que ter um editor para publicar – isso eu não consegui naquele primeiro momento – eu só fui conseguir isso na MAD.”

REVISTA MAD
“Como colaborador da MAD, eu fazia muita ilustração e era comum eu fazer aquele jogo dos 20 erros em página dupla – mas eu também fazia páginas e até sessões. Eu criei, por exemplo, uma sessão que o Ota (Otacílio Costa d’Assunção Barros/1954-2021) batizou de Sessão Desastrológica, onde eu narrava como era cada signo de uma forma engraçada. Além de Meu Monarca Favorito, meu período na MAD é a época em que meu trabalho é mais lembrado.”

RECOMEÇO DIGITAL
“Eu recomecei a fazer quadrinhos quando chegou o computador e aí os ilustradores viraram cantores de Mambo, ou seja, se tornaram um elemento ultrapassado pela tecnologia. Agora, por exemplo, está acontecendo praticamente a mesma coisa, de forma pior, com a inteligência artificial. Quando eu tinha 20 anos, toda agência de publicidade tinha que ter um cara que soubesse desenhar – ele era o Photoshop da gente – e tinha que resolver tudo – por isso os ilustradores eram muito valorizados, mesmo que desenhassem pouco e fossem limitados. Isso tudo mudou com o advento do Photoshop, do Corel e do Clipart. Se por um lado essas tecnologias dificultavam se viver de ilustração, por outro elas permitiam que você produzisse quadrinhos de forma mais fácil, sem precisar de um editor – você podia publicar na internet. E foi assim que voltei a fazer quadrinhos, onde passei também a produzir quadrinhos institucionais.”

2 comentários em “Meu Monarca Favorito, de Tiburcio

Deixe um comentário