Thelonious Monk!: Uma Revolução Musical na Alma, de Youssef Daoudi

A Darkside Books lança em agosto Thelonious Monk! – Uma Revolução Musical na Alma (Monk!: Thelonious, Pannonica, and the Friendship Behind a Musical Revolution), obra escrita e ilustrada pelo quadrinista marroquino Youssef Daoudi. O material foi publicado originalmente em 2018 nos Estados Unidos pela First Second Books.

Uma história fascinante, um relacionamento único que impulsionou um dos maiores gênios do jazz. Ele é Thelonious Sphere Monk, o pianista que revolucionou o jazz e o bebop. Ela é Kathleen Annie Pannonica de Koenigswarter, uma baronesa de espírito livre, algo no mínimo curioso para quem nasceu na aristocrata família Rothschild.

Tendo como pano de fundo a Nova York durante o apogeu do jazz, entre os anos 1940 e 1960, Thelonious Monk! – Uma Revolução Musical na Alma explora a rara alquimia entre dois seres brilhantes, separados por um oceano de status social, raça e cultura, mas unidos por um amor infinito pela música. Longe de ser somente uma biografia ou uma história em quadrinhos, Daoudi viaja no tempo e no espaço para homenagear Monk, sem deixar de abordar os momentos delicados pelo qual o música atravessa, seja em relação à sua saúde e à personalidade excêntrica, ou ao racismo estrutural do qual os Estados Unidos não se livraram até hoje.

Pannonica, Nica ou simplesmente a Baronesa era uma apaixonada pelo jazz, que largou a aristocracia para viver na efervescente Nova York em que o bebop se desenvolvia e se tornou muito mais que uma mecenas, uma protetora e admiradora dos icônicos músicos que revolucionaram o gênero, como Charlie Parker e Art Blakey. Mas foi a amizade com Monk – desde 1954, quando assiste a uma apresentação sua em Paris, até o fim de sua vida, em 1982 – a mais profunda, e fundamental para que o artista pudesse seguir criando com liberdade e se apresentando, enquanto o ajudava financeiramente, arranjava shows e turnês e cuidava da sua carreira.

Thelonious Monk!vencedor do Prêmio de Melhor Livro sobre Jazz em 2018, da francesa Académie du Jazz – é uma homenagem preciosa de um artista a outro, em que Daoudi abraça as excentricidades e contradições do músico para se aproximar do homem de bom coração que lutava contra uma doença mental, que hoje seria diagnosticada como transtorno bipolar, era extremamente apaixonado pela esposa e se recusava a corromper sua visão musical de mundo pelo que quer que fosse.

Um gênio que pagou caro por suas convicções, mas revolucionou a música e a maneira como a entendemos, e tocou fundo na alma daqueles que se deixaram levar pela sua musicalidade. Capa dura com 352 páginas.

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