Em 2021 e 2022, a Peirópolis lançou nas livrarias dois volumes da série Orixás, obras nacionais de criação de Alex Mir, pseudônimo do premiado roteirista paulista Alexandre Miranda Silva.

Na série Orixás, as histórias da tradição oral afro-brasileira podem ser apreciadas sem preconceitos, pela arte dos quadrinhos, em volumes independentes que podem ser lidos em qualquer ordem. Embora respeitem a representação dos orixás dos terreiros de umbanda e do candomblé, religiões brasileiras de matriz africana, as obras mantiveram uma aproximação fiel com a cosmovisão original da oralidade africana.
As artes dos volumes de Orixás são de um coletivo de artistas brasileiros como Al Stefano, Alex Genaro, Alex Rodrigues, Caio Majado, Germana Viana, Jefferson Costa, Laudo Ferreira, Marcel Bartholo, Omar Vinole e Will, proporcionando grande diversidade estética e de abordagem da matriz cultural iorubá.

O primeiro título foi publicado em 2010, com apoio do Programa de Ação Cultural do Governo de São Paulo (Proac 2010) e, em 2012, foi adotado pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). Até hoje a obra é muito utilizada em salas de aula. A série recebeu, em 2018 e 2019, o Prêmio HQMix na categoria Publicação Independente de Grupo.
Originalmente publicada de forma autoral, a série Orixás foi lançada pela primeira vez na seguinte ordem: Do Orum ao Ayê (2010/80 páginas); O Dia do Silêncio (2015 e 2019/24 páginas); Em Guerra (2018/60 páginas); Renascimento (2018/52 páginas); Ikú (2019/76 páginas); Os Nove Eguns (2020/60 páginas); e A Revolta dos Eguns (2021/120 páginas).
Segundo o autor, a Peirópolis programou inicialmente quatro volumes: os já lançados Os Nove Eguns (em 2021) e Do Orum ao Ayê (em 2022, que inclui também O Dia do Silêncio), e depois será a vez de Ikú, Em Guerra e Renascimento, esses dois últimos em edição única. Confira, portanto, as sinopses e detalhes das edições já publicadas pela Peirópolis:

Orixás – Os Nove Eguns
O herói mitológico Xangô retorna triunfal de mais uma dura campanha militar. Seus súditos o recebem festivamente, mas Iansã, sua companheira guerreira, percebe perturbações e mistérios no rei de Oyó. Essa aventura revelou ao nosso herói muitos aprendizados importantes. Que ensinamentos aprenderemos também com a experiência desse Orixá?
Orixás – Os Nove Eguns integra a série Orixás, encabeçada pelo roteirista Alex Mir, que há mais de uma década vem nos encantando com suas adaptações de contos mitológicos da tradição yorubá. Embora respeitem a representação dos orixás dos terreiros de umbanda e do candomblé, religiões brasileiras de matriz africana, os autores mantiverem uma aproximação fiel com a cosmovisão original da oralidade africana.
“A série ORIXÁS nos proporciona um banho de cultura nas águas profundas da nossa mãe África. Cada volume brota de um manancial de pesquisa muito cuidadosa e de um respeito devotado às origens de um povo ancestral que precisa, mais e mais, ser valorizada para que, de verdade, possamos compreender um pouco mais da nossa alma brasileira.” – Zé Modesto
Como diz o quadrinista Rafael Calça no breve prefácio desta edição, “Não é estranho conhecermos mais sobre Zeus do que sobre Xangô? Que hierarquia embranquecida nos faz respeitar aquela religião e não outra, não é?”.
Ilustradores: Alex Rodrigues, Laudo Ferreira, Al Stefano, Omar Viñole
Prefácio: Rafael Calça
Estrutura: capa cartonada com 60 páginas
Data de lançamento: novembro/2021

Orixás – Do Orum ao Ayê
Orum, o céu, e Ayê, a terra. No início, existia o nada. Olorum espreguiça seu corpo e faz brotar, das gotículas d’água, à sua imagem e semelhança, Oxalá, o primeiro orixá, a quem dá vida por meio de um sopro. Assim começa o mito fundador da cultura yorubá, aqui representado na linguagem poderosa dos quadrinhos, ao modo do que comumente se tem feito com as parábolas da Bíblia ou as narrativas do panteão grego.
Este é o álbum de estreia da série Orixás, que recebeu o Troféu HQMix de Melhor Publicação Independente de Grupo em 2017 e 2018. A presente edição reúne, além da história principal, a HQ O Dia do Silêncio, com mais duas breves histórias fascinantes antes partilhadas apenas entre os que frequentam os lugares sagrados de culto aos orixás.
A coleção Orixás nos proporciona um banho de cultura nas águas profundas da nossa mãe África. Cada volume brota de um manancial de pesquisa muito cuidadosa e de um respeito devotado às origens de um povo ancestral que precisa, mais e mais, ser valorizada para que, de verdade, possamos compreender um pouco mais da nossa alma brasileira.
Ilustradores: Caio Majado, Omar Viñole
Prefácio: Octavio Cariello
Estrutura: capa cartonada com 88 páginas
Data de lançamento: setembro/2022
