Maus, de Art Spiegelman, em capa dura

O selo Quadrinhos na Cia. da Companhia das Letras lança no início de dezembro Maus, um clássico contemporâneo dos quadrinhos escrito e ilustrado por Art Spiegelman, a primeira graphic novel a vencer o Pulitzer de literatura, prêmio máximo agraciado a profissionais que realizem trabalhos de excelência na área do jornalismo, literatura e composição musical.

Publicada originalmente em capítulos nos Estados Unidos pela antologia Raw, de Spiegelman e sua esposa Fraçoise Mouly, entre 1980 e 1991, a obra foi compilada em dois volumes lançados em 1986 e 1991, respectivamente, pela Pantheon Books. No Brasil, foi lançada pela primeira vez, também em dois volumes, em 1987 e 1995, pela editora Brasiliense. Dez anos depois, a Companhia das Letras republicou o trabalho em volume único, edição que vem sendo reimpressa desde então. Esta é a primeira vez que a editora lança versão em capa dura no país.

Sucesso estrondoso de público e crítica, a obra é um relato comovente sobre Auschwitz e um acerto de contas do artista com o pai. Desde que foi lançada, tem sido objeto de estudos e análises de especialistas de diversas áreas – história, literatura, artes e psicologia.

Maus (“rato”, em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto.

Spiegelman, porém, evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para dar espaço a dúvidas e inquietações. É implacável com o protagonista, seu próprio pai, retratado como valoroso e destemido, mas também como sovina, racista e mesquinho. De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo dos quadrinhos e um relato histórico de valor inestimável. Capa dura com 300 páginas.

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