De Thomas Ott: Cinema Panopticum

A Darkside Books programa para o início de novembro Cinema Panopticum, obra do quadrinista suíço Thomas Ott. Publicada nos Estados Unidos em 2005 pela Fantagraphics, a obra recebeu o Prêmio Micheluzzi de melhor história em quadrinhos estrangeira.

Em Cinema Panopticum, os leitores são conduzidos por uma jovem menina e sua curiosidade até uma cabine escura repleta de caixas com pequenos filmes. O autor se apropria da mágica dos cinetoscópios, considerado o primeiro equipamento a conseguir capturar imagens em movimento e nos leva as origens do seu cinema ilustrado. Uma narrativa gráfica cativante, bela e aterradora. O cinema que conhecemos não se aplica aqui. Na obra, o observador se torna o grande espetáculo e sob os olhos da eterna vigilância alheia aplaudimos o grotesco. É diante dessa dicotomia entre entretenimento e paranoia que se desenvolve a narrativa peculiar desta graphic novel.

Thomas Ott é um grande narrador visual acostumado à publicação de histórias curtas, dominando o universo das sombras em um preto e branco único e fantasmagórico, onde a ausência intencional de balões e recordatórios cria vozes em nossa mente capazes de manifestar no silêncio o verdadeiro espanto diante do horror.

No texto que acompanha a edição, a pesquisadora Maria Clara Carneiro comenta a técnica de trabalho de Ott: “Seus desenhos parecem gravuras, em que as ranhuras pretas contribuem para esse ambiente lúgubre de suas histórias. Ele usa a técnica do scratchboard (ou carte à gratter): primeiro, faz o desenho em uma folha, o copia sobre o papel de riscar e, enfim, talha o papel escuro com um estilete, criando esse efeito rasgado, das pequenas linhas sobre a superfície”. Um verdadeiro assombro visual. Capa dura com 112 páginas.

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